Ora atentem:
Não sei o que hei-de destacar:
- As carrinhas da policia têm painéis laterais e traseiros desmontáveis;
- Os policias acham que uma pistola serve para furar olhos e não para disparar;
- Todos os carros na India são iguais e os sentidos de transito não servem para nada;
- Os carros, quando frente-a-frente, só travam quando já não conseguem atropelar ninguém;
- As pessoas, ao encontrar um engarrafamento, abandonam os carros e vão descansados à sua vida;
- Um escape espetado no radiador faz um carro capotar;
- As vias rápidas servem para cargas e descargas;
- Os indianos correm mais rápido que cavalos a galope...parecem quenianos;
- Os indianos têm tomates de aço;
- Um super herói indiano consegue esticar uma corda sem a prender a lado nenhum;
- Os cavalos na India têm cascos nas patas e rolamentos nas laterais;
- As autoridades indianas não vêm problemas em ter rampas espalhadas no meio das estradas;
- A perspectiva na India é diferente do resto do Mundo. Na India, 4 filas de carros, vistas de frente, parece que estão juntas...mas na verdade estão 100 metros separadas umas das outras;
- O cavalo do herói salta por cima de qualquer carro. Os cavalos da policia, estúpidos, esbarram em paredes invisíveis;
- As lojas na India têm corredores com vidros pelo meio...mas o tapete passa por debaixo dos vidros;
- As lojas na India têm vidros que, depois de estilhaçados, se recompõem em cerca de 3 segundos;
- Os condutores da policia na India não vêm problema algum em entrar com os jipes pelas lojas dentro;
- É normal nas lojas indianas meter objectos mesmo à frente das passagens, para servir de amortecimento;
- Uma cena de um casamento, faz sempre muito sentido no meio de uma cena de acção;
- Os autocarros na India não têm bancos. Vai tudo em pé. E vidro atrás e à frente, só;
- Os carros na India, coitadinhos, assustam-se e explodem só de lhes passar um cavalos ao lado. Muito sensíveis.
Pela primeira vez em alguns anos, trabalhei no dia do meu aniversário. Condicionantes profissionais e whatever.
Como tal, pela primeira vez em alguns anos, ouvi rádio no dia do meu aniversário... Passou uma música dos Macacos do Chinês, Saudade, ou coisa parecida.
E parte da letra fala na diferença entre marcas da nossa juventude que foram substituídas por outras recentes.
E dei por mim a fazer um exercício de memória de coisas que eu comia/usava/comprava aqui há uns bons 15 anos atrás...
- Não comia Smarties, comia pintarolas
- Nada de bubalicious, eram as gloriosas Gorilas
- Eastpack nem havia. Monte Campo é que era.
- Chocolates Regina
- Rebuçados Diamante (ouvi dizer que já apareceram de novo, mas ainda não encontrei)
- Peta Zetas (estas já as encontrei de novo, mas já não são iguais...têm menos pujança no estouro)
- Bombocas
- as botas Airwalkers, com a sola serrilhada
- Umas sandálias de borracha que havia, horríveis e que magoavam os pés, mas que toda as mães insistiam em comprar para os filhos.
- os gelados Epá com pastilha.
- os sacos de berlindes.
- os Raider, que passaram a Twix, que aumentaram tamanho, depois diminuiram, depois trocaram o preço, e depois ficaram na mesma.
Epá, lembrei-me de tanta coisa, e agora esqueci-me de tudo...ai a velhice.
Estou no aeroporto. Dentro de uma tenda. O aeroporto está em obras por causa da CAN 2010, e a melhor solução que arranjaram para os voos internacionais foi...uma tenda. Mas não é uma tenda qualquer. Logo à partida, tenho net. Luanda 1 - 0 Lisboa. Uma tenda enorme, climatizada, arejada. Nada mau.
Desde que entrei no aeroporto até me sentar, demorei, se tanto, 5 minutos. Check-in feito, passaporte carimbado, segurança, alfândega. Luanda 2 - 0 Lisboa.
Claro que o policia da alfandega me solicitou uns Kwanzas para ajudar a família nas festas natalícias, mas não teve sorte. Cheguei liso, saio liso.
Agora vou aproveitar que tenho net, para passar estas 2 horas e meia que faltam até ao voo.
E é melhor não me habituar a esta rapidez, porque parece que hoje foi excepção à regra.
Até amanha.
Bom dia.
São aqui 9 da manha. Neste momento o electricista está 1 hora atrasado, depois de ontem ter confirmado que vinha hoje e que terminava o serviço até às 18 horas. Duvido.
Entretanto vamos ver mais um pouquinho de Luanda. Por toda a Luanda, ou melhor, a maioria de Luanda é ocupada por musseques. Musseques são a versão Angolana das favelas brasileiras. Mas em grande. São km e km de telhados de chapa e ruas em que não cabem 2 pessoas lado a lado. Ali vivem e trabalham pessoas. É uma cidade dentro da cidade. Paredes de tijolo que apoiam montes de lixo, que por sua vez apoiam outras paredes de tijolo...
Os Candongueiros...são os taxis de Luanda. Só agora começa a haver transportes públicos. Uns autocarros andam na cidade de um lado para o outro. Mas não vão a todo lado, nem com rapidez suficiente.
Então existem os Candongueiros. Toyotas Hiace que em Portugal já não estavam em condições, aqui são rainhas. Pintadas de branco e azul, parecem formigas por toda a cidade. Tripulação, são 2. O condutor e o "pica". O "pica" vai, geralmente, à janela a gritar a rota. Quando aparece alguém interessado, pára-se. Seja onde for. Nem que seja no meio da via. Entra, paga, siga.
Está com pressa? Tudo vale, sentidos proibidos, passeios, sinais vermelhos, atalhos, tudo vale.
Vou ver se já se faz alguma coisa. Não tenho muita fé, mas vou ver na mesma.
Chove a potes e a excelente qualidade de construção do empreiteiro angolano responsável pelas instalações, conseguiu que haja mais água cá dentro, do que lá fora...
Muito bom.
Aqui vai uma generalização descarada...
"Em Luanda, há muita gente com boa vontade, mas sem vontade nenhuma."
É dificil, muito dificil. A vida está dura, o dinheiro escasseia e o trabalho assusta. É assim o dia-a-dia de muitos angolanos. Os que querem, safam-se. Os outros, vão andando, como podem. E assim, as coisas que podiam ser boas, são assim-assim, mázinhas, feitas de esquemas, adiamentos, queixas e desculpas. "Se posso fazer isto em 6 horas, pq é que hei-de fazer em 10 minutos".
É isto que me passa pela cabeça de cada vez que entro nas instalações, que já deveriam estar terminadas faz 1 semana, e vejo os electricistas, pedreiros, canalizadores, etc, encostados a um canto, a descansar do trabalho árduo de montar uma tomada, rebocar um buraco na parede ou cortar um tubo.
Tá dificil. O tempo passa, a data da viagem de regresso aproxima-se, e as máquinas continuam por montar.
Esperemos mais um pouco. Mas à sombra, porque o calor aperta.
E às 10 da matina, estávamos (eu e o meu colega) a entrar para um dos 777 da TAAG. 7 horitas de viagem.
Chegámos por volta das 6:30 (hora de cá) e passámos mais 2 horas para receber as malas...em pé...numa sala apinhada de chineses barulhentos, mal-cheirosos e mal-educados. Tudo normal, portanto.
Fomos para o hotel, deixar as malas no quarto e jantar. O cansaço e as dores de cabeça eram tantas, que só deu para uma sopa e pouco mais. Cama, dormir, recuperar.
No dia seguinte, toca a trabalhar (ou então não). Fomos tratar de uns assuntos relativos à nossa estadia e seguimos para as instalações do cliente, prontos para a acção. Mas onde estava ela?
As obras ainda não terminaram, e pelas previsões, só devemos poder começar a montar as máquinas lá para sábado ou 2ª.
E, sendo assim, ficámos a olhar para o boneco...e com o calor que está, até o olhar para o boneco cansa.
Onde deveria haver máquinas por montar e pouco mais, há isto:
e isto:
E aqui estavam as meninas que viemos montar, ou pelo menos as mais importantes. Há muitas para montar, mas estas são as principais:
Coitadinhas, encostadas a um canto.
E pronto, para já não há muitas mais novidades. Ainda esperamos o final das obras.
Assim que houver algum desenvolvimento...cá estarei.